domingo, 22 de agosto de 2010

' Paralelas

As coisas que possuímos se apegam a nós e nós a elas.
Os objetos contam histórias, nos fazem lembrar, até sentir de novo, mesmo se de forma mais suave, as mesmas sensações.
Na viagem da vida, as coisas que adquirimos depois que o coração desejou tanto e que nos deixaram orgulhosos da conquista, colam-se a nós como se às vezes não pudéssemos viver dissociados.
Nosso apego à matéria nos dá a sensação de que existimos, pois são provas materiais, tangíveis de que a nossa vida foi rica em acontecimentos.
É muito bom ter uma história passada, porém a história continua... e muitas vezes para que possamos avançar nela, temos que achar espaço para as novas coisas.
Se não aprendemos a nos desprender das antigas, formaremos em nós entulhos que causarão desordem na nossa vida.
Não podemos querer avançar e guardar sempre um pé atrás.
Podemos possuir o mundo inteiro, mas quando nossa última hora chega, tudo fica.
O que precisamos aprender é saber reconhecer o que é importante, o que realmente nos enriquece, o que ficará mesmo depois da nossa partida.
Ser feliz, fazer outros felizes, estar contente de si, ter amigos, um amor de verdade, valem mais que todo o ouro do mundo junto.
E são essas riquezas que devem se impregnar em nós, são esses tesouros que devemos buscar.
Às vezes Deus nos dá a oportunidade de recomeçar um caminho e nós o perdemos porque não soubemos abrir mão do nosso passado.
Mãos que recebem estão sempre abertas, numa atitude paralela de oferta e acolhimento.
As coisas passadas tiveram seu momento e ficarão guardadas em nós, mas é para frente que se anda.
O valor do que somos é muito maior que o do que possuímos.
Lamentar coisas perdidas não acrescenta um mínimo à nossa vida, mas a esperança de dias melhores, que damos e que nos damos, é um tesouro de valor eterno e inestimável.

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